CAPÍTULO 6
 

            Kyle falou com os policiais e disse o que tinha acontecido. Val esperou que ele terminasse de falar para voltar para o apartamento, quando ela ia atravessar a faixa que a polícia tinha deixado, ela viu a garotinha no colo dos pais. Eles se aproximaram e a garotinha deu uma flor para Val, agradecendo. Val fez um carinho em seus cabelos e ela voltou com Kyle para o apartamento.
            Chegando lá, ela cumprimentou Brendan e Celly pelo bom trabalho. Eles atiraram em todos, mas não mataram nenhum. Eles nem souberam de onde vieram os tiros.

            Val já estava na cozinha quando Kyle correu para ver como estava o pé dela. Celly chegou junto com ele. Val estava sentada em um banquinho, cantando alguma musica bem baixinho, enquanto colocava gelo no pé. Celly viu como estava o pé dela. Havia um pequeno corte, mas o atrito da bala tinha queimado um pouco a pele.
            Depois, Val voltou a sentar no parapeito e ficou olhando para baixo. Kyle olhou para Celly sem entender nada.             Celly concordou com a cabeça. Ela também sentia falta de seus pais, Val sempre conversava com seus pais no cemitério. Fazia uns seis meses desde a última vez que elas voltaram para casa.
            Val queria dirigir, mas Celly não a deixou. Val estava com o pé enfaixado e dizia que não doía, mas Celly sabia que doía. Como Val, ela gostava muito de dirigir, era relaxante, mas com o pé daquele jeito, Val não iria dirigir direito. Elas convidaram os meninos para irem com elas e eles aceitaram.
            Dirigiram seis horas até a casa dos seus pais. Sua mãe estava na varanda da casa, bordando. Celly pulou do carro e correu em direção à ela. As duas se abraçaram, tentando matar a saudade em apenas um abraço.
            Brendan, que estava no banco do carona, desceu primeiro, depois desceu Kyle que ajudou Val a descer. Val viera com o pé em cima do banco para latejar menos. Ela não queria admitir, mas estava doendo.
            Kyle a ajudou a ir até sua tia, que veio correndo ao seu encontro.

            Kyle e Brendan tiraram as malas do quarto e Val os mostrou onde eles iam dormir. A casa era grande, mas estava em reforma. Por isso, só tinha dois quartos livres. Num deles, o que era de Val, os meninos iam ficar, no outro que era o de Celly, eram as meninas.
            Os dois se surpreenderam com o quarto de Val

            No quarto de Celly, Val arrumou sua cama. Ela agora estava com sono.

            Celly riu, Val adorava as tortas de sua tia e sempre que voltava para casa, se empanturrava. Val se deitou e ao contrário do que queria, adormeceu. Celly foi ver como os garotos estavam. Sabia que eles iam se espantar com o quarto de Val.

            Val dormiu o resto do dia e da noite também. Procuraram não fazer barulho para que ela descansasse, sabiam que o outro dia seria doloroso para ela.
            Como todos os anos, Val acordou cedo. Havia uma cesta para piquenique pronta em cima da mesa e Susan preparava os últimos detalhes. Val a abraçou.

            Kyle deu um sorriso e disse que não se importava. Perguntou se os outros iam. Val falou que somente iam a tarde e pro cemitério dos cristãos. Nos dos indígenas, eles tinham medo e não tinham permissão.
            Kyle entrou no carro e dirigiu como Susan falou. Val ainda lhe indicava direito o caminho. Eles remaram até o grande carvalho que tinha uns 300 anos e ficava no meio do rio, Val pediu para que parassem ali, ela desceu do bote e foi até a árvore, se ajoelhou e disse algumas palavras em um idioma que Kyle não entendeu.
            Depois voltou para o bote e Val teve que ser a primeira a sair do bote.

 
 
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